sábado, 30 de agosto de 2008

05:50 a. m.

Será que poderia chamar de paz o que sinto agora? Nesses instantes de madrugada, enquanto o zumbir ainda ecoa nos ouvidos, me sinto lúcido, racional, ágil e abil para afazer o que quer que seja. Não que isso seja de fato verdade, que se alguém me propusesse uma corrida básica em torno do meu quarteirão eu conseguiria, não. Esse é um sentimento muito mais abstrato, hipotético ou até virtual do que uma possibilidade concreta de realização. Me sinto, e isso é real, acessível às palavras que da minha mente escorrem para os dedos meio que anestesiados por um frenesi passado.
Seria este o momento do pensar sistematicamente sobre as coisas que permeiam os meus sapatos? Não sei, começo a ficar com sono quando penso que tenho que pensar sobre alguma coisa. Acho que é sempre a obrigação de ter de fazer alguma coisa que nos deixa indisponíveis para tal assunto. As coisas precisam ser feitas com a fluidez e a flexibilidade natural. Por que se cada um é cada um, por que é que cada coisa não tem seu próprio negócio?
Alguns prismas desse diamante bruto tem me iluminado em algumas direções. Sigo primeiro pensando em não pisar nos meus próprios pés, tentando colocar um, depois o outro, depois o outro... correr é coisa de quem tem a ilusão de que vai chegar primeiro e ficar parado só vai me deixar no lugar que estou. No máximo eu afundo um pouco, pois essas águas nunca param e a areia, mesmo não sendo movediça, tem um certo poder. Por isso dou os passos que as minhas pernas podem dar, deixo as pegadas do tamanho dos meus sapatos, não quero mais usar nada menor, cansei de tentar não incomodar. Eu sou do tamanho que sou e daí?
Já me disseram uma vez, e eu me lembrei agora ( coisa que é rara) que inteligente é quem, olhado os erros dos outros, não erra. Certo, podem ser pessoas surpreendentemente inteligentes, mas o que elas terão no fim senão o dos outros? Um caderno cheio de histórias que não é dela, de coisas que ela nem sabe se realmente existem. Inteligentes? Quem sabe... Pobres? For sure!
Bem , termina por aqui esse momento estranhamente não-usual... não sei como, mas meus dedos pensaram hoje. Refletimos sobre alguns assuntos, eu e meus 10 operários.

3 comentários:

Anônimo disse...

Boa divagação matinal, Ricardo!

Beijos e sucesso!!!

Anônimo disse...

yeeeep... essa coisa toda de pisar em ovos e seguir exemplos por simplesmente não errar, deixar de ser vc mesmo algumas vezes e,enfim, não viver completamente...trash...

temos pés do tamanho que temos pra ficar correndo e andando por onde queremos..eu achu...


bjoks moço!

Naiara Lira disse...

muit bom Ricky, adoro seu estilo profundo de falar sobre coisas simples e, estou descobrindo q além de gênio cênico vc é um gênio literário...
bjo