sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A desculpa é essa:

De vez em quando me pego pensando
Como devo ser chato, enjoado
Repetitivo...
Então como um bom garoto
Que pra tudo tem desculpas
Me valho de tantos outros loucos
Pra justificar minhas palavras rotas

Como disse Elisa
O ´´eutemo´´ tem nova estréia todos os dias
E que a rotina lhe é nada mais nada menos
Que genuíno mote.

Quintana mostra ainda
Que o amor é mais breve que esta nossa existência
E que se é para amar, que se ame baixinho, todos os dias
Constantemente, sossegado, sem pressa...

Eu digo que amo, e amo muito
E digo repetidas vezes, porque não?
Digo pois compreendo o valor que essas palavras tem:
Valor quase invisível.

Porque não é tinta nem som
Não é imagem nem movimento
Que conseguem significar tudo o que esse sentimento é
Tudo o que quer ser transmitido
Tudo de mim que quer saltar e alçar vôo
Se espalhar no espaço, ganhar grandeza
Fazer feliz o alvo dessa seta!

Florbela perdeu a alma
Por sonhar seu amor...
Eu ando perdendo tantas coisas que já nem sei
Pensas que as quero de volta?
Não, nesse meu caso
Estou contente com o tal escambo
Pois se hoje perco as mãos, ganho os teus olhos
Se perco a direção, ganho tua brilhante voz...

A vontade é tanta de te ter
Englobar sua existência, misturar-me a você
Que os valores humanos mais primitivos
Os instintos mais primordiais
Ganham um valor tão secundário
Que certamente muitos os confundiriam com luxo e futilidade.

A desculpa é essa então:
Digo sim, variadas vezes...
Milhões de vezes serão milhões de grãos de areia
Quero te construir uma praia...
Aí, digo mais milhões de vezes, vezes gotas, e lhe faço um mar...
E continuo dizendo quantas vezes for preciso
E quantas vezes me cobrar o agoniado fervor
Te produzo o que me disse que lhe faz falta
O que te faz não querer voltar...
Aí, depois de tudo pronto
Lhe pergunto com um pouco de receio:
Se importa se eu disser mais uma vez ´´euteamo´´ ?

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Pequeno esclarecimento

Os poetas não são azuis nem nada, como pensam alguns supersticiosos, nem sujeitos a ataques súbitos de levitação. O de que eles mais gostam é estar em silêncio - um silêncio que subjaz a quaisquer escapes motorísticos e declamatórios. Um silêncio... Este impoluível silêncio em que escrevo e em que tu me lês.

(Mario Quintana - A vaca e o hipogrifo)

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Moooood...

É assim, vou continuar mudando, sempre sempre... Com gritos e esperneios, sombras de dúvidas, todas azuis, porque um dia um certo alguém disse que certeza é pra quem não ama de verdade. Do que serve a argila dura, imutável? Não, a escultura é viva enquanto está nas mãos do artista, enquanto é trabalhada, esculpida, lapidada e enquanto passa pelos milhões de processos. Quando fica pronta a obra de arte, ela morre. (Não digo que a morte signifique ponto final, mas um outro estado de coisas.) Assim é como devemos ser, não? Esculpidos interminavelmente até morrermos, aí, do jeito que estivermos, terá sido nosso melhor estado, o ultimo. É isso? Sei que tudo pode mudar, até este meu pensamento.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

E aí ta, o primeiro dia do ano!


Ótimo. Primeiro dia do ano. Tem uma certa cara de domingo, um gostinho de sábado... mas sempre esse cheiro de quase, de coisa por vir, de bolo quase pronto pra ser servido. Não há como prever muita coisa no primeiro dia do ano, por isso a maioria das pessoas se enchem de planos com a singela esperança de que pelo menos um deles se realize.
Os planos às vezes se fazem sem que a gente tenha pensado neles. Talvez porque alguns são tão óbvios e necessários que não tem como não fazê-los, então eles se fazem por si só. Outros exigem um bom tempo, uma vontade maior, um tom de comprometimento para que eles se firmem como plano de começo de ano. Algumas pessoas escrevem num papel, pregam num grande quadro no quarto pra ver todo dia, outros deixam na cabeça (onde os coitados logo se perdem), outros falam para os amigos e pedem que esses se lembrem por ele...alguns só deixam que as vontades vinguem e se cumpram. Esse pode ser o meu tipo de planejador esse ano.
Tenho planos, todos parecem estar no nível daqueles óbvios e necessários sabe? Isso não é de formal alguma falta de imaginação ou uma falha de perspectiva com relação ao meu futuro! O fato é que desejo com tanta força tudo que quero que já todos os meus planos são necessidade. Tenho todos em tão alta estima que não penso na possibilidade de não fazê-los se realizarem. O segredo está na categoria em que você coloca seus planos (tá, pode chamar de sonhos também). Se eles estiverem na dos óbvios e necessários sempre se renovarão, confirmando que o que se quer é certo e não há nada que lhe fará desistir de realizá-los, eles se fazem por si mesmos!