quinta-feira, 2 de março de 2006

Kami

Quando as palavras não querem mais sair da nossa boca, embora fiquem tilintando como uma chuva escassa na nossa cabeça, a única coisa mais acertada a fazer é partir para o nosso amigo sempre disposto, o papel.
A ele recorrem todos os tipos de pessoas: escritores consagrados, escritores anônimos, escritores que não sabem que o são, escritores que desejam ser melhores, grandes escritores, pequenos também, escritores semi-analfabetos, enfim, recorrem todos e qualquer um que deseja falar sem ouvir.
E quem foi que disse que o silencio não fala?Ihh, essa é uma das coisas que mais se ouve por aí: às vezes o silêncio fala mais de que mil palavras. Então venhamos e convenhamos, o papel fala tanto quanto qualquer vizinho ou amigo tagarela. O que nunca, ou quase nunca conseguimos compreender é o que ele está querendo dizer. Basta prestar um pouquinho de atenção pra ver que tudo se reflete no que escrevemos...não dizem que depois de uma noite de sono tudo pode mudar, as coisas se acalmam, as idéias fluem e por aí em diante? Então, com o papel acontece a mesma coisa, a gente precisa dar um tempo a ele e a nós mesmos, precisamos fazer esse exercício de paciência e não jogar fora quem tanto pode nos falar. Isso é uma das coisas que acredito: creio que jogar alguma coisa que escrevemos fora antes de lê-la depois de alguns meses pode ser um erro muito grave...
Outra coisa que se pode fazer para melhorar, ou pelo menos agilizar esse papo pessoa-papel, papel-pessoa é mostrando para alguém. Só alguém de fora vai descobrir com mais facilidade o que esse sábio papel está tentando te dizer. Prove e veja como isso é verdade. Contudo, se você não gosta de se expor ou de se abrir, ou talvez o assunto seja muito confidencial, aguarde com paciência a resposta do papel.
Esse retângulo branco pode ser muito enigmático, mas nunca vai deixar de nos mostrar a resposta para as nossas perguntas.

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