segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Sobre o amor...

Mesmo que as palavras sejam ditas da forma mais bela, as imagens e os pontos finais sempre serão perfeitos somente nos filmes e nos contos e nos romances. As páginas conseguem suportar com toda firmeza e os atores conseguem evocar vários e vários litros da mais pura vontade de viver o que é uma criação gloriosa. Percebi que a grama sempre será mais verde não no jardim do vizinho, mas nas suas telas de tv, nos seus aparelhos de DVD e nas páginas de suas histórias compradas e fabricadas com todo esmero necessário para que as cores brilhem e irradiem calor.

Não posso mais me perguntar o porque dessas coisas. Não cabe mais discutir com o tempo ou com quem quer que seja a razão de não poder ter no mundo real coisa tão boa. Fato é que elas existem sim no mundo real, mas não estão da forma como gostaríamos que elas estivessem, só isso. Encontram-se escondidas em vários lugares e de formas tão variadas quanto as estrelas que, quando olhamos para o céu, não conseguimos contar ou sequer abarcar como nosso plano de visão tão limitado. Estão dissolvidas em água e vinho. Estão plantadas em jardins, em desertos e em canteiros caseiros. Estão pulsando dentro de cada um de nós num ritmo diferente, ritmos que muitos ignoram por toda a vida... por não precisarem, por não se lembrarem, por não procurarem, por não saberem ouvir, por estarem agitados demais ou por simplesmente acharem que é pouco demais e que não deve ter tanta importância assim.

E é quando, vendo um filme ou lendo palavras bem colocadas, que contam histórias com toda a saturação criativa que conseguimos criar e figurar nessa nossa gloriosa ilha das maravilhas que chamamos de imaginação, que minúsculas gotas se juntam para fazer brilharem os meus olhos e me acelerar o coração. É quando ouço o ritmo que em mim existe, quando penso que, por mais que quisesse ter minhas imagens e meus poemas saturados e expostos em exacerbação, nunca as terei... Me entristeço por que não basta a mim reconhecer o quanto de amor existe em mim, pois reconheço também o quando dele me falta.

Nenhum comentário: